Feira da Madrugada volta à normalidade |
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19-Dez-2011 | |
Presidente da FECOPESP vê arrefecimento do Projeto Mega-Shopping
O Dr Ailton Vicente de Oliveira, presidente da FECOPESP – Federação do Comércio Popular do Estado de São Paulo, disse, em entrevista ao Jornal do Brás, que a Feira da Madrugada voltou à normalidade, contando hoje com 4.570 permissionários e com guarda provisória da Prefeitura. Porém, segundo ele, existe ainda um distanciamento entre ele e o gestor do Pátio Pari, o coronel Fonseca. A administração operacional está hoje a cargo de uma comissão de comerciantes e do coronel Fonseca. Em relação ao projeto de construção de um mega-shopping no local a partir de 2012, o Dr Ailton acredita que foi abrandado e até mesmo arquivado. “Não há clareza do poder municipal sobre o destino da Feira no ano que vem”, explicou ele, completando que o Termo de Guarda assinado em 22 de novembro de 2010 já se encerrou – ele não sabe se foi renovado ou não. A Secretaria de Patrimônio da União – SPU (gestora do imóvel), completou, tem feito reuniões em Brasília, com a FECOPESP e a comissão de comerciantes. “A federação é uma base de apoio à comissão que está na Feira e daremos toda a logística necessária”, ressaltou ele.
Novo projeto para a Feira Nesta semana, o Dr Ailton foi novamente até Brasília com o objetivo de apresentar ao governo federal um projeto de viabilidade econômica e social que dê continuidade ao trabalho das pessoas que estão na Feira, e defender uma nova bandeira na reorganização do espaço e trazer as melhorias necessárias. Ele acredita também que o prefeito Gilberto Kassab teve a sensibilidade ao ver o projeto como um todo. A FECOPESP nasceu com o objetivo de dar representatividade aos ambulantes, em defesa deles próprios. “Avançamos bastante na luta e conseguimos levar ao governo federal, que no espaço existem 5.000 pais de famílias e a geração de economias e divisas tanto para o Estado de São Paulo como para o município é maior do que simplesmente o espaço físico”, contou ele. “O governo federal passou a ver a Feira com outros olhos e por isso, esfriou a relação da Prefeitura com o mega-shopping”, completou. Para ele, a operação que culminou no fechamento da Feira da Madrugada por 22 dias (5 a 27 de agosto deste ano) foi prejudicial de um lado – os ambulantes deixaram de vender nesse período, e por outro, foi benéfica porque demonstrou que lá dentro não há bandidos e sim pais de família. “Acabou a imagem de que ali era a ‘zona franca do crime’ como alguns veículos de comunicação chegaram a mencionar, e demonstrou claramente a toda sociedade que naquele espaço há pessoas que buscaram um novo caminho”, explicou o Dr Ailton.
Criação de centros de compras para ambulante da rua Com a FECOPESP, houve evolução nas discussões, disse. “Precisamos unir as forças dos governos estadual, municipal e federal, da federação e da comissão da Feira para buscar o melhor para todos”, reforçou ele, que defende uma alternativa de trabalho para os ambulantes que estão nas ruas, com a ideia de criar novos centros de compras populares, seja criando novas galerias, seja revitalizando galpões abandonados. Finalizando a entrevista, o Dr Ailton crê que através da FECOPESP, poderá ser finalmente ouvido pelo prefeito Gilberto Kassab. “A verdade foi mostrada. A Feira da Madrugada resgatou a cidadania dos ambulantes e é uma fonte de prestação de serviços e não de arrecadação. Reuníamos os comerciantes, arrecadávamos as quantias que eram necessárias e pagávamos as contas. Agora queremos fazer fóruns de discussão que tragam melhorias à cidade, pois os problemas não estão somente no Brás, mas também em outros bairros, como a Lapa e Santo Amaro”, disse ele.
de posse municipal
De acordo com notícia divulgada pela Rádio CBN no último dia 13 de dezembro, a Prefeitura tomará posse definitiva do terreno da Feira da Madrugada nos próximos dias. Desde o início do funcionamento do local, há seis anos, a área pertence ao Governo Federal (Rede Ferroviária Federal). O prefeito Gilberto Kassab disse que a posse definitiva do terreno é importante para que a Prefeitura dê início ao projeto de regularização da área. “Para que possamos implantar lá um projeto de recuperação urbanística e de consolidação de aproximadamente 3.000 pessoas que irão lá trabalhar no comércio de uma maneira legal”, explicou Kassab.
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